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A questão de gênero na comunicação

“Uma mulher participa de uma conversa com um ou mais homens e é interrompida diversas vezes.” Se essa descrição te faz lembrar alguma situação, saiba que há um termo usado para definir isso: manterrupting, numa tradução literal “interrupção masculina”. É uma atitude relacionada ao machismo, à ideia de que a mulher tem menos conhecimento e pouco a falar.

O termo foi usado pela primeira vez em um artigo do The New York Times em 2015 e, desde então, ficou várias vezes em evidência. No texto, os autores Sheryl Sandberg e Adam Grant citam um estudo feito por psicólogos de Yale que mostra como senadoras americanas tem menos tempo de fala que seus colegas masculinos.

 A jornalista e diretora de redação da revista AzMina, Nana Queiroz, nos ajudou a entender melhor esse conceito: “No livro Os Homens Explicam Tudo para Mim, a autora Rebecca Solnit conta o dia em que foi à uma festa e lá começou uma conversa com um homem que não conhecia. No bate papo, o homem começou a falar sobre um livro incrível que ela deveria ter lido e, quando ela tentava dar uma opinião, ele não permitia a fala dela e continuava falando sem dar chance dela se expressar. Então, ao final do monólogo, uma amiga, que também assistia calada à fala do homem, completou que Rebecca era a autora do livro em questão. Um ótimo exemplo de manterrupting, não? Não é machismo toda vez que um homem interrompe uma mulher, isso faz parte do diálogo. Manterrupting acontece quando um homem que sabe menos ou igual a uma mulher sobre determinado assunto adota uma postura de superioridade na conversa. ”

Agora, quando um homem explica algo óbvio a uma mulher, sem que ela peça essa explicação ou julgando que ela não tenha a capacidade de discernimento sobre o assunto, chamamos de “mansplaining”.

Segundo o artigo publicado no Think Olga, uma ONG feminista com foco em informação, a verdadeira intenção do mansplaining é desmerecer o conhecimento de uma mulher. “É tirar dela a confiança, autoridade e o respeito sobre o que ela está falando. É tratá-la como inferior e menos capaz intelectualmente. ”

Já quando existe a apropriação de uma ideia, anteriormente expressada por uma mulher, e o homem leva os créditos por ela, podemos denominar “bropriating”. O termo é uma junção de “bro” (de brother, irmão, mano) e “appropriating” (apropriação). É algo que acontece muito em situações corporativas, como por exemplo, reuniões.

Pode parecer banal, mas essas atitudes são mais corriqueiras do que podemos imaginar. Fica aqui o sinal amarelo, para quem deseja ter uma comunicação saudável e livre de estereótipos ou preconceito de gêneros.

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