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Alerta: Fake News fazem mal à saúde

Tão importante quanto se atualizar, é checar as informações antes de repassá-las.

Nos dias atuais, em que a maioria das pessoas possui celular com internet e acesso às redes sociais, o volume de informações que se recebe é imenso. Bastam algumas horas sem checar o smartphone para que muitas mensagens se acumulem: são correntes, vídeos, orações, memes, notícias e no meio de tudo isso, as chamadas fake news. Em 2018, a expressão se popularizou principalmente por causa da política, mas as informações mentirosas estão em qualquer âmbito, incluindo a saúde pública. Isso porque todo mundo se interessa por informação rápida, mas nem todos conseguem identificar argumentos que não possuem embasamento científico, e pior, que podem fazer mal à saúde.

Diante dessa ameaça, muitas instituições ligadas à saúde se movimentam para tentar minimizar os impactos que as informações falsas podem ter sobre tratamentos de doenças, diagnóstico, prevenção e até na imunização. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde disponibiliza um número de Whats App apenas para o combate às Fake News. Através desse Whats App, qualquer um pode mandar algum conteúdo que recebeu e a área técnica vai avaliar e responder se é verdade ou mentira. O número do Ministério da Saúde é (61)99289-4640 e os resultados ficam disponíveis na página do Ministério.

Entre as mentiras que o Ministério da Saúde destaca no portal, estão: a informação de que o exame de mamografia provoca câncer na tireoideuma lista com 10 razões para não vacinar o filho Câncer é apenas uma deficiência da vitamina B17. Todos esses conteúdos podem provocar consequências graves como o prejuízo ao diagnóstico do câncer de mama, que é o tipo que mais provoca morte de mulheres por câncer; evitar que crianças sejam imunizadas e até o tratamento adequado de doenças.

Por causa do câncer ser um assunto tão recorrente nas fake news, uma das principais preocupações dos médicos é que os pacientes abandonem o tratamento convencional, cientificamente comprovado, e adotem terapias alternativas que são divulgadas nessas notícias falsas. A oncologista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Clarissa  Baldotto, destaca um estudo da Yale Cancer Center, que monitorou 281 pacientes com câncer de mama, próstata, pulmão e cólon em estágio inicial e comparou com 580 casos de pessoas que seguiram o tratamento convencional. Aqueles que se submeteram às terapias alternativas apresentaram duas vezes e meia maior risco de morte do que os que passaram pelos tratamentos convencionais (cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia).

“Por isso é importante divulgarmos a informação correta, para que os pacientes não abandonem tratamentos cientificamente comprovados. Além disso, as fake news também provocam um impacto emocional na pessoa que passa por um tratamento difícil no dia a dia, cada notícia desse tipo cria uma expectativa falsa e ela fica frustrada ao descobrir que é uma mentira”. A especialista citou como exemplo de Fake News a recente informação que circulou amplamente nas redes sobre cientistas israelenses que teriam encontrado a cura do câncer. A notícia é sensacionalista e trata de uma terapia que ainda não foi sequer testada clinicamente.

A preocupação com as Fake News é tão séria que o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) já tem até orientação para os médicos sobre como lidar com as mentiras que chegam embaladas em formato de notícia: no consultório deve-se explicar para o paciente que a informação é falsa;  quando estiver em redes sociais e ver uma informação falsa sendo compartilhada, precisa interagir e também desmentir a informação; as páginas pessoais e profissionais podem ter publicações com conteúdo que desmintam os textos virais.

Mas nem toda informação disponível nas redes é mentira. Para se informar corretamente basta ter alguns cuidados. O principal é prestar atenção em que tipo de veículo o texto está publicado. São confiáveis, por exemplo, notícias de sites de jornais já tradicionais ou então material publicado por sites oficiais como do Ministério da Saúde e Inca (Instituto Nacional do Câncer), ou ainda de entidades de pesquisa como Fiocruz e os sites de sociedades médicas. O site da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica é um dos locais que pode ser fonte de pesquisa, já que possui uma área dedicada especialmente para notícias relevantes sobre o câncer.

Outro ponto importante para ficar atento é sobre as referências que aparecem nas notícias que são compartilhadas, se há alguma citação a especialistas ou universidades. Por fim, uma pesquisa simples no Google também pode ajudar e descobrir se a informação já foi checada antes. Basta colocar na barra de pesquisa as palavras chaves, que são os termos principais daquela informação. Agora, toda vez que receber informações que tratam de temas relacionados à saúde pense bem antes de passar pra frente. Se for conteúdo verdadeiro, aí sim, vale compartilhar!

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